Introdução de Participação
O sucesso da fábrica de Smyrna será ditado tanto por suas técnicas de automação quanto por sua filosofia gerencial. analisa a adoção do sistema de gerência participativa da Nissan na fábrica de Smyrna - um sistema cujo êxito está sendo investigado de perto por empresas norte-americanas interessadas em estilos gerenciais alternativos. Antecedentes A gerência participativa, tal como aplicada na Nissan, é uma filosofia empresarial que incentiva uma íntima
relação de trabalho entre a direção da empresa e seus empregados. Pode
ser decomposta em cinco elementos básicos: a contribuição dos empregados;
programas de recrutamento e treinamento; trabalho de equipe; incentivos
de produtividade e qualidade; e comunicação em toda a extensão da empresa.
A Nissan dá ênfase à criação de um espírito de família baseado
na cooperação mútua e no interesse de todos os empregados no sucesso
da empresa.
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Contribuição dos empregados
Como presidente da fábrica da Nissan
em Smyrna, cabe a Marvin Runyon, ex-diretor da Ford, a responsabilidade de inculcar,
nos empregados, atitudes que conduzam ao êxito da filosofia de gerência
participativa. Para isso, é vital a contribuição dos empregados - assim como o
papel dos escalões intermediários da administração. O sistema da Nissan treina os gerentes para ouvir os empregados, e
ensina a estes que suas opiniões são importantes. O chamado sistema "de
baixo para cima" é, na verdade, um método de resolver problemas de
produção pelo envolvimento de todos os empregados, até os mais humildes.
Tal como na maioria das empresas, cumpre
à alta direção determinar a estratégia básica de produção, mas na Nissan supervisores e empregados explicitam, juntos, os
detalhes do processo.
Recrutamento e treinamento
O conceito de espírito de família é forte na Nissan. Os candidatos a emprego são rigorosamente testados,
de modo a revelarem com exatidão sua capacidade de trabalhar bem em equipe. Na
fábrica de Smyrna, o método poderia ser descrito como
"a ética confuciana temperada com a
hospitalidade do sul dos Estados Unidos". Em obediência ao princípio de se
contratar "a pessoa integral", o processo de recrutamento visa a
garantir tanto a eficácia social quanto a capacidade técnica. O clima, porém, é
menos simpático para com potenciais organizadores sindicais, cujas influência,
acredita-se, poderia pôr em perigo o
relacionamento, cuidadosamente protegido, entre a administração e a força de
trabalho.
Os gerentes, supervisores e técnicos da fábrica de Smyrna receberam treinamento e orientação gerencial na
fábrica da Nissan em Kanda,
na ilha japonesa de Kyushu. Ali observaram um
processo de produção baseado em modelos americanos, mas numa atmosfera permeada
de trabalho em equipe e cooperação. O que observaram, na realidade, foi a
diferença crucial entre a filosofia gerencial
americana e a japonesa: nos Estados Unidos, os trabalhadores são, com
freqüência, considerados descartáveis; no Japão, contudo, o capital humano é
visto como o mais precioso recurso da empresa.
Trabalho em equipe
Os Japoneses organizam a produção em pequenas equipes,
baseados, em parte, na teoria de que a pressão de colegas é mais eficaz, no
sentido de incentivar o desempenho, que a vigilância por parte de supervisores.
Os técnicos são estimulados a adquirir o máximo possível de aptidões diferentes
em sua área. Esse tipo de organização
exige disciplina e lealdade, ao mesmo tempo em que oferece aos
empregados divisão de responsabilidade - tanto nos erros quanto nos êxitos.
Incentivos à produtividade
A qualidade é continuamente enfatizada . Com o intuito de
frisar seu compromisso para com os empregados e estimulá-los a " vestir a
camisa da empresa", a administração japonesa oferece diversos incentivos.
Os programas de gratificações, por exemplo, baseiam-se no desempenho. No Japão,
a Nissan oferece aos empregados emprego vitalício e
lhes proporciona habitação, centros de férias e programas médicos e
educacionais. Essa segurança profissional ajuda a criar uma força de trabalho
unida por objetivos comuns.
Comunicação em toda a extensão
da empresa
Os japoneses adotam várias redes de comunicação a fim de
facilitarem o intercâmbio de idéias e informações entre a força de trabalho e a
administração. Acreditam que mecanismos como círculos de qualidade conduzem a uma maior motivação.
Um menor número de níveis de gerência que nas empresas americanas ajuda a
transpor o hiato entre os gerentes e os trabalhadores.
A comunicação é intensa nas empresas japonesas, em parte
porque muitos gerentes possuem experiência de "linha". ( Um terço dos
altos executivos japoneses, em alguma época, foram líderes sindicais.) Em
conseqüência disso, os gerentes japoneses em geral conhecem melhor o conjunto
de operações da empresa do que seus colegas americanos, que freqüentemente têm
pouca experiência de produção e cuja filosofia gerencial pode ser devastadora
para o investimento, a longo prazo, necessários para produzir e vender produtos.
Transpor a filosofia gerencial japonesa para o ambiente
americano, sem modificações, provavelmente redundaria em fracasso. O sucesso
dessa filosofia no Japão se deveu, até
certo ponto, a um dado cultural: a aceitação de uma ética grupal a que a
maioria dos americanos, individualistas que são, se mostrariam avessos.
Todavia, a gerência participativa é um conceito que os americanos poderiam
adaptar às suas próprias necessidades.
Sendo antes uma atitude corretiva que uma técnica ou panacéia, a gerência
participativa realça a importância de se explorar o potencial de todos os
empregados de uma empresa, como meio de aumentar a produtividade e aprimorar o
produto.
FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
O conflito social inerente às
formações sociais antagônicas colocou-se sintomaticamente no centro das
teorizações americanas e européias no século vinte. De sua leitura se depreende
que a questão que se coloca para as sociedades modernas não é tanto a supressão
do conflito, mas a possibilidade de sua antecipação e controle. A própria noção
de equilíbrio dinâmico incorpora a idéia de um conflito que traz em si as
sementes da mudança social, mas que deve ser administrado de forma que não
comprometa a sobrevivência do próprio sistema.
Essa inserção no conflito no centro das atenções
corresponde no plano das idéias a um aumento da capacidade do capitalismo
moderno de garantir no plano econômico, social e político uma estabilidade de
que são testemunhas os países avançados, como os
Estados Unidos, o Canadá, o
Japão, a Suécia, a Alemanha e outros que compõem o bloco ocidental.
Esses países conseguiram garantir um nível de vida
evidentemente alto para a maior parte da população, mesmo que consideremos que
em alguns deles ainda exista miséria, como, por exemplo, nos Estados Unidos,
especialmente em algumas grandes cidades. De qualquer modo, o consumo é alto, e
a qualidade de vida é indiscutívelmente alta quando
comparada à dos países pobres. Nesse quadro, os trabalhadores se situam a um só
tempo como aqueles que precisam restringir
os seus gastos e, contraditoriamente, aqueles que precisam consumir. O
poder do capital está assim sustentado em uma base contraditória.
A palavra de ordem no capitalismo avançado é o consumo.
Tem prestígio quem consome, aumenta seu prestígio quem sobe na hierarquia de
bens consumíveis. O consumo passa a ser uma fonte suprema de realização
visível, o que significa, pura e simplesmente, que passa a ser uma fonte de
alienação no consumo é a alienação no trabalho, e como decorrência surge no
campo da teoria organizacional a preocupação com a satisfação no trabalho, as
idéias de enriquecimento de tarefas, de desenho de postos de trabalho. Tudo
isto pode tornar o trabalho mais humano, mas não altera a base da alienação que
está na ausência de controle efetivo sobre o processo e o produto do trabalho.
Diversos ideólogos do capitalismo burocrático anunciavam em meados do século a
emergência do trabalho não alienado, com o desenvolvimento da automação. Isto
não ocorreu, porque persiste a causa fundamental, que de resto também persiste
nos países de economia estatal, tais como a União Soviética. As reformas, por
mais benevolentes que sejam, ignoram que o capitalismo americano, europeu ou
japonês, não menos que o latino-americano, por exemplo, “violam estruturalmente
os direitos naturais inalienáveis dos trabalhadores“, como bem salienta David Ellerman.
A questão importante parece ser a de que o capitalismo
burocrático, expressão pela qual designamos o capitalismo de organização,
depende, para a administração do conflito, isto é, para sua antecipação e
controle, de um concurso voluntário de todos os agentes da produção; em suma, a
colaboração das classes torna-se essencial para o equilíbrio do sistema, o que
põe na ordem do dia as propostas social-democratas. A participação surge dessa
forma como meio por excelência do trato com o conflito.
Participação é um conceito
ambíguo que reflete realidades múltiplas. A participação tem tantos
significados quantos são os contextos específicos em que se desenvolve.
Evidentemente, a primeira reflexão sobre o termo já evoca o fato de que não se
trata de assumir um poder, mas de ter, de alguma forma, algum nível de
proximidade com relação a esse poder. Mesmo essa proximidade, contudo, precisa
ser vista em termos de questões técnicas, organizacionais e econômicas. Essa
constatação sugere níveis de
participação, bem como já
adianta que a maior parte das formas participativas se restringe ao nível
técnico.
A participação conflitual
baseada na barganha coletiva implica um acordo tácito segundo o qual os
capitalistas e a burocracia empresarial e estatal admitem fazer concessões aos
trabalhadores, quando essas derivam de um processo sindical legal e, portanto,
legítimo, e os trabalhadores aceitam o sistema
econômico vigente, bem como a administração econômica da sociedade por
aqueles que detêm o poder. O sindicalismo europeu e o norte-americano parecem
relativamente bem enquadrados nesse pacto.
Um tipo específico de participação funcional é a participação
administração que se organiza por representação
dita. Trata-se de uma participação que se organiza por representação.
Implícita na idéia de participação administrativa está a tentativa de redução
da burocratização, especialmente no que diz respeito à redução da distância
entre dirigentes e dirigidos. Busca-se assim um equilíbrio interno através de
comissões de empresa. Essas comissões aqui entendidas como representações operárias ao nível da unidade de produção
existem em diversos países capitalistas avançados, especialmente na Europa
ocidental. Os conselhos fazem parte de um sistema administrativo bastante bem
articulado que recebe o nome de co-gestão. Ao falarmos em participação estamos
em geral nos referindo a uma de quatro coisas diversas. Fala-se por
exemplo, em participação,
pensando nos lucros da empresa. É
bastante antiga a idéia de participação dos trabalhadores nos lucros. Fala-se
também em participação referindo-se à prática de consultas aos trabalhadores ou
a seus representantes. Fala-se ainda em participação, pensando em participação
direta ou através de representantes nas decisões administrativas. Finalmente,
por participação, também se entende o envolvimento dos trabalhadores na tomada
de todas as decisões dentro de determinada área de autoridade.
O primeiro critério refere-se
à base normativa da qual a estrutura depende. O segundo refere-se à amplitude
da participação. O terceiro, ao grau de participação e o quarto, às recompensas
materiais oferecidas.
Naturalmente, toda forma de participação baseia-se em um sistema
de regras que, além de determinar seu papel e função, assegura sua existência.
Esse sistema de regras pode assumir vários aspectos conforme suas fontes. Em
termos genéricos, porém , podemos distinguir aquele que deriva do acordo
coletivo local daquele que deriva do acordo nacional, daquele que deriva da lei e daquele que tem estatuto
constitucional. Quando um empregador estabelece um sistema de participação com os trabalhadores de sua
empresa, estamos diante do primeiro
caso. Já o segundo refere-se à participação estabelecida por uma
associação ou federação patronal de nível
nacional em acordo com um sindicato nacional ou com diversos sindicatos
nacionais que incorporam a totalidade ou maior parte da força de trabalho do
país, como ocorre nos países escandinavos. Os outros casos constituem, em
níveis diversos, matéria de legislação nacional.
Amplitude da participação
relaciona-se ao tamanho do grupo de trabalho envolvido na administração ou no
processo decisório da empresa.
O grau de participação
refere-se à esfera de competência das estruturas participativas, implicando a
natureza das decisões em que os trabalhadores participam e à medida que a empresa é obrigada ou não a implementar essas
decisões.
Finalmente, o quarto critério
refere-se à distribuição ou não dos frutos econômicos da participação entre os
trabalhadores. O conjunto desses critérios auxilia indiscutivelmente a análise
de um dado sistema de participação, especialmente se complementado pela análise
da conjuntura que o viabilizou, bem como das idéias-força que o situam como um
projeto político, dotado de uma estrutura de sentido.
Informações Adicionais
Nissan Motor
Co., Ltda.
A Nissan Jidosha
KK é uma empresa industrial japonesa, com sede em Tóquio, que fabrica
automóveis, caminhões e ônibus, sob as marcas Nissan
e Datsun. Projeta e fabrica também produtos como
satélites de comunicações, lanchas de recreio e máquinas.
A empresa teve, como origem, duas outras companhias, a Kwaishinsha Co. ( fundada em 1911) e a Jitsuyo
Jidosha Co. (1919), que se fundiram em 1925, formando a Dat
Jidosha Zeizo Co. Em 1925,
formando a Dat Jidosha Zeizo Co. Em 1933 os ativos dessa empresa foram assumidos
por novos investidores, que fundaram a Jidosha Seizo Co., dando-lhe o atual nome no ano seguinte. A nova
empresa dedicou-se à produção e venda de veículos e autopeças sob um novo nome,
Datsun.
A partir de 1938, e até o fim da II Guerra Mundial, a
companhia dedicou-se inteiramente à produção de caminhões e veículos militares.
Em 1945, as Forças Aliadas de ocupação assumiram o controle das principais
fábricas da Nissan; mais tarde permitiram que uma
delas retomasse a produção de veículos Nissan e Dstsun, mas só em 1955 devolveram à empresa todas as suas
instalações.
Posteriormente, sobretudo
durante os anos 60, quando a Nissan entrou no mercado
mundial, a produção e as vendas cresceram de maneira fenomenal. Hoje em dia a
empresa participa de joint ventures
no exterior e construiu linhas de montagem em vários países, entre os quais
Alemanha ocidental, Austrália, Estados Unidos, México e Peru.
Relação entre Trabalhadores e
a Empresa no Japão
No Japão, o mês de abril - a estação das flores de
cerejeira - é considerado a época dos novos começos. Marca o início do ano
escolar e do ano fiscal. Os novos
empregados, depois das cerimônias de boas-vindas, começam o treinamento
profissional. Abril é ainda o mês das negociações anuais de salários,
geralmente chamadas de "ofensivas trabalhistas de primavera". As
empresas e os sindicatos negociam os aumentos de salários e as condições de
trabalho.
O fator chave do alto crescimento econômico do Japão, de
acordo com relatórios do Grupo de Estudos da OECP (1970-75), tem sido o sistema
de emprego, que se apoia em três pilares: emprego permanente ( por toda a vida
profissional ), nível salarial de acordo com a antigüidade na empresa e
sindicalismo baseado na empresa. O Grupo de Estudo acrescentou uma quarta
coluna mestra: a consciência comunitária dentro da companhia, com base no
relacionamento "vertical", em obrigações recíprocas e na tomada de
decisões por consenso.
Entretanto, esse sistema geral se aplica mais aos
empregados do sexo masculino e das grandes empresas do que a empregados do sexo
feminino ou de pequenas firmas, que empregam 60% da mão-de-obra total do Japão.
Ademais, essas práticas são relativamente recentes, pois se expandiram por
volta de 1955, pouco antes do início do alto crescimento econômico de
pós-guerra.
Por volta de 1990, o índice de mudança de emprego, no
caso dos trabalhadores manuais, era superior a 100%. Ou seja, o período médio
de trabalho numa firma era inferior a um ano. Naquele tempo os trabalhadores
japoneses encaravam uma companhia simplesmente como um lugar onde ganhar algum
dinheiro, geralmente para complementar seus rendimentos agrícolas. No entanto,
após a I Guerra Mundial, algumas empresas grandes, passaram a adotar,
experimentalmente, um "espírito comunitário" nas relações
trabalhistas, com vistas a enfrentar a agitação operária e assegurar um
suprimento estável de trabalhadores qualificados. Após a II Guerra Mundial,
essa tendência cresceu, sobretudo na década de 1960. Hoje em dia, a maioria dos
empregados de uma grande empresa trabalhará nela até a idade de aposentadoria
compulsória ( em geral, 60 anos), quando recebem uma compensação pelos anos de
serviço e uma pensão da companhia.
Desde a II Guerra Mundial, o sistema de emprego
permanecente tem contribuído para construir uma sociedade estável, na qual as
diferenças de salário são relativamente pequenas. Os principais objetivos das
empresas são, é claro, a sobrevivência, o lucro e o crescimento, porém as
firmas japonesas também mostram grande preocupação com seus trabalhadores,
vistos como uma comunidade.
Num levantamento recente, mais de 90% dos entrevistados
responderam que se consideravam de "classe média". As pesquisas de
opinião pública mostram que existe um sentimento geral de satisfação com a
vida, que independentemente, isso é reflexo da crescente elevação dos rendimentos,
do consumo, do patrimônio pessoal e da educação, além de pouca distinção entre
o trabalho de escritório ou de fábrica e o trabalho manual.
Níveis Salarias
Após um período, logo após a II Guerra Mundial, em que
tudo o que se ganhava era gasto, em 1955 os níveis de salário no Japão
equipararam-se aos que vigoravam antes do conflito. Hoje em dia, eles estão
entre os mais altos de todas as nações industrializadas e continuam a
acompanhar o crescimento econômico. Três fatores principais determinam
diferenças dos níveis salariais.
O sistema de antigüidade.
Segundo o sistema atual emprego permanente, os empregados são promovidos tanto
por antigüidade como por mérito. Assim, um novato mediano, numa grande empresa,
pode esperar que seu salário dobrará quando ele tiver 35 anos, e que triplicará
quando chegar mais ou menos aos 50, à
medida que ele escala os degraus da companhia.
Em 1985 um graduado de
universidade, do sexo masculino e 22 anos de idade, ganhava aproximadamente
2,15 milhões de ienes por ano: seu rendimento anual aumentava para 2,75 milhões
de ienes quando ele chegava aos 25 anos, crescendo em cerca de 1 milhão de
ienes a cada cinco anos de serviço, alcançando finalmente 7,89 milhões de ienes aos 50 anos. ( Em meados de 1989 um
dólar norte-americano valia 245 ienes.) Gratificações regulares, concedidas geralmente 30% desse
rendimento anual.
Tamanho da empresa. Ainda
existe, no entanto, uma considerável diferença nos níveis salariais, de acordo com o tipo de indústria, o tamanho
e o desempenho da firma dentro da mesma indústria.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério do
Trabalho em 1983, que atribuiu um índice
100 ao nível salarial em fábricas com 500 empregados ou mais, esse
índice caía, em empresas menores, na seguinte proporção: firmas com 100-499
empregados, 79; 30-99 empregados, 64; 5-29 empregados, 56,6.
Nível de escolaridade, sexo e
posição hierárquica. A diferença entre os salários pagos a graduados de escolas
secundárias e de universidades é insignificante no momento do ingresso na companhia.
No entanto, aumenta com o passar do tempo. Aos 55 anos de idade, quando a
diferença chega ao máximo, os salários da maioria dos graduados de escolas
secundárias representam cerca de 60 a 80% do que ganham os formados em
universidades.
A diferença salarial por sexo é ainda maior, embora nos
últimos anos o índice de aumento salarial para as mulheres tenha sido superior
àquele dos homens.
De acordo com a posição hierárquica, as diferenças
salariais são relativamente pequenas entre
os operários e o pessoal administrativo, assim como entre estes e os
executivos. Se os empregados são da carreiras profissionais semelhantes,
normalmente seus salários não diferem em mais que 10%. (Na média, os
presidentes de empresas ganham aproximadamente de seis a dez vezes o
salário de um graduado universitário.)
Como as alíquotas de impostos no Japão
são altíssimas para os que auferem altos rendimentos, as diferenças entre
rendimentos brutos são relativamente pequenas.
Esforços para melhoria do
nível salarial
Salários ajustados às circunstâncias pessoais. Para
assegurar padrões de vida estáveis, os níveis salariais também levam em conta
as necessidades e circunstâncias pessoais. Assim, em geral os homens recebem
mais quando suas despesas familiares (sobretudo com educação) aumentam muito.
Depois da II Guerra Mundial,
os sindicatos conseguiram compensações maiores para os trabalhadores
manuais de modo que a diferença salarial entre operários e pessoal de
escritório ficou muito mais reduzida, e o nível de escolaridade perdeu
importância na determinação do salário. Introdução de salários baseados no mérito. A partir de mais
ou menos 1960, algumas companhias começaram a dar mais ênfase à qualificação
do trabalhador, o que refletiu nos salários. Atualmente, porém, os salários
dos trabalhadores levam em conta idade, tempo de serviço, nível de escolaridade,
funções atuais, desempenho, capacidade de trabalho e potencial de desenvolvimento.
Essa singular combinação de critérios de antigüidade e de mérito tem
facilitado a transferência de trabalhadores de um local de trabalho
para outro, em resposta a inovações tecnológicas. Nesses casos, a mudança
do conteúdo do serviço não afeta imediatamente o nível de salário individual. Ajudas de custo e benefícios. Grande número de firmas japonesas
pagam várias ajudas de custo e outros benefícios, além dos proporcionados
pelos programas de seguridade social do governo. Essas firmas ajudam
a subsidiar transporte, habilitação e até mesmo a educação dos filhos
de seus empregados. |
Do mesmo modo, as firmas
freqüentemente oferecem aos empregados um seguro de saúde adicional ou
instalações de lazer, extensivos aos membros da família. As relações
trabalhador - administração no Japão dá ênfase às relações humanas.
O empregado pode vir a ser o
gerente
As relações entre empregadores
e empregados no Japão quase nunca são marcados por conflito. Patrões e
empregados, gerentes e trabalhadores, cooperam num sistema que enfatiza as
relações humanas e reduz os conflitos, e
têm sido feitos muitos esforços para eliminar as distinções hierárquicas na
empresa, como as existentes na Europa e nos Estados Unidos. Existe,
naturalmente, uma classe de executivos, gerentes e empregados de alto escalão
em cada empresa japonesa, e entre eles surgem conflitos ocasionais. Entretanto,
com o sistema uniforme de promoção, o empregado pode vir a tornar-se gerente, e
são esses gerentes que elegerão o novo executivo. Além disso, as idéias surgem
dos níveis mais baixos.
Depois que os samurais lideram o movimento para a
Restauração Meiji de 1868, derrubando o xogunato Tokugawa, a mudança
social tornou-se um ideal na sociedade nipônica. Tornou-se possível aos jovens,
mesmo que camponeses, galgarem as mais elevadas posições sociais, pelo esforço
e pela qualificação. A educação abriu caminhos para novas carreiras.
Trabalhadores desqualificados puderam qualificar-se, acumulando experiência
profissional, enquanto que os já qualificados foram promovidos a encarregados e
supervisores. Tornou-se comum, então, a ascensão aos pontos de comando de
empregados vindos da própria companhia, embora os operários fabris e o pessoal
de escritório tenham percorrido diferentes caminhos de promoção.
Após a II Guerra Mundial, os sindicatos esforçaram-se por
diminuir as diferenças de status entre os operários e os empregados de
escritórios. Essa equiparação foi dos fatos mais importantes da vida japonesa
no pós-guerra, sendo aceita com supreendente rapidez.
Já antes da guerra existiam sindicatos de operários, mas
logo depois de terminado o conflito os sindicatos começaram a organizar todos
os trabalhadores - operários e burocratas - segundo o princípio "uma
empresa, um sindicato". Também tornou-se possível, e até comum, empregados
ascenderem a posições de gerência. Na verdade, não é raro que o presidente de
uma companhia tenha sido um dia figura chave em seu sindicato.
Devido às transformações na estrutura industrial, o
número de empregados de escritórios começou a exceder o de operários fabris por
volta de 1970. Além disso, como a maioria dos trabalhadores hoje em dia possui
ao menos diploma de curso secundário, a igualdade de nível de escolarização
ajuda a forjar um elevado senso de unidade entre os empregados de uma mesma
empresa. Esse senso de unidade não decorre de doutrinação, mas sim de mudanças
institucionais e estruturais descritas acima.
Igualdade nos salários e no
trabalho
Distribuição de renda. À
medida que os japoneses sobem na empresa, às vezes trocam de local de trabalho
ou até mesmo de função dentro da companhia. A pouca vínculação
existente entre funções e salários permite tal flexibilidade. No Japão de hoje,
as diferenças de rendimento entre gerentes e subordinados e entre operários da
fábrica e empregados de escritórios são muito menores do que em qualquer outro
país. Os supervisores não recebem, necessariamente, salários muito superiores
aos dos subordinados. Na verdade, muitas vezes ganham menos do que subordinados
mais antigos na companhia. Esse sistema salarial é outro fator na criação do
senso de unidade.
Respeito à produção e esforço
iguais. Nas firmas japonesas, os gerentes e executivos quase sempre têm
experiência de trabalho direto na produção. A maioria dos empregados de
escritórios primeiro passa por várias funções, a fim de conhecerem todas as
operações da companhia. Por exemplo, quando um graduado da prestigiosa
Universidade de Tóquio entra para uma companhia ferroviária, começa seu
treinamento revisando os bilhetes e limpando a estação, ainda que se tenha
candidatado a estação, ainda que se tenha candidatado a um cargo executivo.
Nesse estágio, seu diploma nada significa. Ele é tratado da mesma maneira que
os outros empregados e dá os mesmos passos iniciais em sus longa carreira. Tais
experiências são consideradas de grande valor para a carreira profissional.
O controle de qualidade nas firmas japonesas baseia-se na
cooperação entre os empregados como uma equipe de trabalho, pois eles passaram
por várias funções. É comum que trabalhadores experientes treinem novos
empregados, e, em geral, todos os membros de uma seção fixam os objetivos do
trabalho e decidem os métodos a serem adotados. Naturalmente, o controle de
qualidade tende a ser melhor quando os trabalhadores sentem que os lucros da
empresa são distribuídos com justiça.
Os executivos e gerentes não só se desincumbem de suas
tarefas como se misturam aos operários nas linhas de produção. Confiam em que
cada trabalhador terá sua parcela de responsabilidade no controle de qualidade,
e os treinam para isso. Em reuniões regulares, os trabalhadores apresentam suas
idéias e debatem um objetivo como uma equipe coesa, ao passo que cada um deles
desenvolve continuamente suas qualificações.
Litígios trabalhistas
Hoje em dia as relações entre
empresas e empregados no Japão são muito admiradas no exterior, mas sempre as coisas foram tão pacíficas. Por
volta de seu início, em 1955, o movimento em prol do aumento de produtividade
teve a oposição de alguns sindicatos profissionais. Fator importante para o
crescimento estável das empresas e para as boas relações trabalhistas foi o
reconhecimento, por parte dos empregadores e a melhoria do padrão de vida dos
empregados e o desenvolvimento da empresa eram inseparáveis. No entanto, até
que esse conceito lançasse raízes, houve muitos litígios e até greves de
grandes proporções. Essas disputas
atingiram o auge em 1974, quando se perderam cerca de 9,7 milhões de
homens - dias; esse número baixou para 264.000 em 1985.
Os sindicatos por empresa
No Japão, os sindicatos de
empresa são o resultado de muitas reformas estruturais, tais como a unidade de
muitas reformas estruturais, tais como a unidade entre operários e empregados
de escritórios, a distribuição eqüitativa de salários, as promoções baseadas no
mérito e a eliminação das barreira de status entre gerentes e subordinados.
Além disso, os sindicatos de empresas, ao congregarem todos os empregados de
uma companhia, ajudam esta a enfrentar as contínuas mudanças tecnológicas e de
mercado. Essa aproximação entre empresa e sindicato tem facilitado o controle
de qualidade, o desenvolvimento de novos produtos e o aumento de produtividade.
O movimento em prol do aumento da produtividade a longo
prazo exige muitos esforços, tanto da administração como dos empregados, e se
baseia nos seguintes princípios:
1) aumento de produtividade,
em última instância, expande a procura de empregos;
2) os métodos para aumento de
produtividade têm de ser discutidos pelos sindicatos e pela administração;
3) os frutos do aumento de
produtividade devem ser distribuídos com justiça entre os empregados, a
administração e os consumidores.
Muitas companhias japonesas adotam um sistema pelo qual o
empregado recebe uma quota de ações como parte de sua indenização na época de
aposentadoria. Isso tende a fazer com que os empregados se esforcem para
maximizar os lucros da empresa. Em algumas companhias, o sindicatos dos
trabalhadores acaba se transformando no principal acionista. Cabe notar que
raramente as companhias japonesas fazem ofertas para troca de direção, ou
compram uma outra empresa simplesmente para elevar os lucros.
Consultas através de comitês. Difundiu-se no Japão o
sistema de consultas, através de comitês, entre empregados e a administração da
empresa. Mais de 70% das firmas industriais utilizam regularmente essas
consultas, e, nesses estabelecimentos, trabalham mais de 80% de toda a força de
trabalho do país. Até as companhias que não têm um sindicatos utilizam com
freqüência essas consultas. As questões tratadas variam enormemente.
Em algumas companhias, empregados e gerentes traçam
planos administrativos e decidem os níveis de salários e gratificações através
dos comitês de consulta. O objetivo consiste em criar um sistema que dê a devida importância às relações humanas e
possibilite a participação de todos os membros da empresa.
Tendências Recentes
Hoje em dia, a expectativa
média de vida para homens e mulheres no Japão é de 75 e 80 anos,
respectivamente. Com isso, deixou de ser conveniente manter em 55 anos a idade
para aposentadoria compulsória. De acordo com uma pesquisa do Ministério do
Trabalho, em 1985, 55,4% das firmas japonesas já haviam elevado essa idade para
60 anos de mais.
Devido ao desenvolvimento dos robôs e outras tecnologia
derivadas da micro eletrônica, muitas companhias estão reduzindo o número de
empregados em certas funções. Em geral esses empregados são transferidos para
novas funções na mesma empresa, quando possível. No processo, os trabalhadores
mais antigos têm menos prioridade, no pressuposto de que estão menos
habilitados a adquirir novas qualificações. Assim, a adoção de novas tecnologia
levou a uma redução da idade média da mão-de-obra em novas áreas produtivas.
Por isso, o Parlamento aprovou a Lei de Promoção e Desenvolvimento das
Qualificações Profissionais(1985), para ajudar reciclagem dos trabalhadores. Ao
mesmo tempo, resolveu-se elevar os subsídios para as empresas que tenham planos
especiais de treinamento para esses trabalhadores.
Aumenta o número de mulheres que trabalham fora. Em 1984
chegou a quase 15,2 milhões o número de
mulheres que trabalham fora. Pela primeira vez, o número de trabalhadoras
excedeu o das que são apenas donas-de-casa. O número de mulheres empregadas
triplicou desde 1955, ao passo que o de trabalhadores do sexo masculino cresceu
apenas de 2,2 vezes. Em 1985, 36% da força de trabalho do Japão era formada de
mulheres, percentagem semelhante à da República Federal da Alemanha. No
entanto, persiste, em parte, o conceito tradicional de que "o lugar da
mulher é em casa". Além disso, freqüentemente elas vêem limitadas suas
oportunidades de admissão, promoção e aumento salarial. Os salários das
mulheres, incluindo gratificações, representam em média 52% dos salários dos
homens.
Por outro lado, as mulheres exigem, cada vez mais,
estilos alternativos de trabalho, como reemprego após a criação dos filhões, empregado por curto prazo ou redução da jornada de
trabalho. Além disso, muitas mulheres qualificadas não desejam comprometer-se
com uma só empresa por toda a vida.
Em 1985, o número de mulheres que trabalhavam em
expediente parcial totalizava 3,33 milhões - mais de 20% do número de mulheres
empregadas (exclusive as ocupadas na agricultura e na silvicultura). A idade
média dessas trabalhadoras era de 42 anos. Trabalham em média seis horas por
dia, 23 dias por mês, e ganham cerca de 75% do que recebem as que trabalham em
tempo integral. A maioria das mulheres
que trabalham em meio expediente são
casadas e retornaram ao trabalho depois da criação dos filhos.
Transformação no sistema de emprego permanente. Prevê-se
que o alto crescimento econômico dará lugar a um crescimento mais estável, que
a situação de falta de mão-de-obra se transformará em excesso e que a prestação
de serviços superará a produção industrial. Por tudo isso, as empresas japonesas estão adotado atualmente
planos de racionalização. Algumas firmas já não conseguem evitar o excesso de
empregados, principalmente dos mais idosos. Por isso, começam a antecipar seus
sistemas de aposentadoria ou transferem empregados para subsidiárias.
Assim, o sistema de emprego "por toda a vida",
que tem caracterizado as grandes firmas japonesas, está mudando, pelo menos em
parte. O sistema de promoção automática já não se adapta aos novos tempos de crescimento econômico
mais lento, pois não existem cargos adequados suficientes para o número
crescente de empregados mais idosos. Além disso, algumas companhias fixam o
salário máximo de seus empregados na faixa dos 40 anos, com pouco aumento
posterior. Assim, enquanto a idade de aposentadoria compulsória continua a
subir, as firmas se preocupam em ajustar os salários com base na antigüidade e
em modificar o sistema de emprego vitalício.
Em 1986, um relatório solicitado pelo governo recomendou
uma distribuição dos benefícios do desenvolvimento econômico, na forma de
aumentos salariais, maiores períodos de férias e menor jornada de trabalho. Um
dos motivos pelos quais a jornada de trabalho continua a ser longa no Japão é o
fato de as empresas elevarem ou diminuíram o número de horas extras em
resposta à flutuação dos negócios.
O governo japonês vem procurando modificar essa situação.
Defende uma redução da média atual de 2.116 horas de trabalho por ano ( em
1984) para 2.000 por volta de 1990. Defende também a adoção da semana de cinco
dias, sem redução do salário atual.
Além dos feriados do Ano Novo e das férias de verão, o
Parlamento recomendou que a semana iniciada a 29 de abril deve ser toda ela de
férias, uma vez que já contém três feriados nacionais.
SISTEMA DE EMPREGO JAPONÊS
O sistema de emprego praticado nas companhias
japonesas pode ser caracterizado principalmente pela garantia de emprego
vitalício. Esta estrutura, complementada pelo sistema de salário por
antigüidade e pelos sindicatos por empresa, desempenhou um importante papel na
obtenção da alta taxa de crescimento econômico do Japão.
O sistema pelo qual a administração do pessoal é exercida
de uma companhia é parte integrante de todo sistema empresarial japonês e está
ligado estreitamente a vários aspectos de controle de emprego.
1. Características do Sistema
de Emprego
O sistema de emprego vitalício
origina-se de uma compeensão tácita entre padrão e
empregado de que o emprego, desde que passe a trabalhar numa companhia, nela
permanecerá até a idade de se aposentar. A companhia, por seu turno, não
despede o empregado (exceto em circunstâncias
extremas) até que atinja a idade da aposentadoria. A idade de
aposentadoria era tradicionalmente 55 anos; mas prorrogações de alguns anos
tornaram-se prática recentemente, e atualmente 20% de todas as empresas
japonesas fixam a idade de aposentadoria aos 60 anos.
O sistema é, assim, muito diferente do vigente nos
Estados Unidos e na Europa, onde não é necessariamente regra que um empregado
permaneça na mesma companhia durante 30 a 40 anos. Como tal, o sistema japonês
mostram tanto vantagens como desvantagens não encontradas no Ocidente. Por um
lado proporciona forte estabilidade de emprego, enquanto por outro conduz
freqüentemente à rigidez indesejável. Sente-se geralmente que a estabilidade é
mais favorável aos empregados, enquanto
a rigidez e uma desvantagem para o padrão, particularmente em épocas de
recesso. Por que então, perguntamos nós, os patrões mostram-se tão ansiosos
quanto os empregados em conservar este tipo de sistema de emprego?
A resposta mais óbvia é a de que ele serve como uma
garantia contra uma futura escassez de mão-de-obra. Essa garantia, entretanto,
responde apenas parcialmente à perguntas; o motivo real é muito mais profundo.
Tem vínculo com a relação sentimental e
moral existente entre o empregador e o empregado.
Esta relação, altamente valorizada por ambos, é parte integrante do mundo
econômico japonês, e mesmo da sociedade japonesa num sentido muito maior.
Graças a este sistema, o empregado sente que pode confiar na companhia; ao
mesmo tempo, tem um senso elevado de participação e identidade na empresa.
Justamente por isso, a estabilidade
do sistema permite ao padrão confiar na continuação do trabalho e na
cooperação dos empregados, criando um sentimento estreitamente semelhante
ao paternal. O sistema encoraja, também, cada
membro a dar alta prioridade à formação de seu sucessor. O sistema tem, entretanto, reduzido drasticamente a flexibilidade do mercado de trabalho, criando uma distinção evidente entre uma força de trabalho móvel e uma permanente, O último grupo constitui o núcleo da força de trabalho para a indústria, enquanto a força de trabalho móvel é considerada apenas uma força secundária ou terciária e, mesmo sob certas circunstâncias, indesejável. Isto tende a criar um caráter especial para o controle do emprego. |
Primeiramente, esta distinção dá origem a um conceito de
"empregados regulares". Estes referem-se a diplomados contratados em
ginásios de primeiro e segundo graus, bem como em universidades e em outros
estabelecimentos de ensino superior, em
abril, imediatamente após o fim de cada ano letivo. Naturalmente, estes novos
empregados nunca trabalham para qualquer companhia antes, nem eram
trabalhadores autônomos. Em outras palavras, sem currículo profissional. Estes
empregados regulares integram a força de trabalho central da companhia,
tendência que se torna ainda mais forte quando analisamos empresas maiores.
Isto é, quanto analisamos empresas maiores a companhia mais ela depende dos
empregados regulares, e mais importante se torna este influxo anual de novos
rostos.
Os empregados não contratados nesta época fixa do ano são
considerados "empregados não regulares". Estes são diplomados
recentes de escolas e podem ter sido empregados anteriormente por outras
companhias ou trabalho como autônomos exercendo atividades próprias; este grupo
pode também incluir empregados do setor agrícola. Em outras palavras, este
grupo é composto de pessoas contratadas em épocas diversas da do início de suas
carreiras profissionais.
Além destes dois grupos há também empregados temporários
(freqüentemente contratados pelo período de dois meses) e trabalhadores
provisórios que podem ser empregados para período de até seis meses ou mais. Há
que notar que a reduzir as classes de empregados não regulares e temporários
enquanto fez aumentar o número dos empregados regulares.
A maior parte das políticas de
emprego da empresa tão somente os empregados regulares, concentrando-se na
contratação de recém - diplomados. O sucesso ou fracasso da concorrência anual
para a admissão de novos empregados são assim decididos sempre em abril.
Durante a década passada esta concorrência tornou-se, a cada ano, mais feroz e
os contratos de trabalho eram freqüentemente firmados dez meses ou mesmo um ano
da diplomação escolar do indivíduo. O enorme empenho das empresas para
contratar novos empregados durante o último ano escolar foi criticado
particularmente porque interferia nos últimos meses da educação do estudante.
Embora a situação tenha sido de algum modo aliviada recentemente através de
acordos entre a direção das indústrias e as autoridades escolares, com a
participação dos ministros do Trabalho e Educação, espera-se que a prática da
contratação de empregados antes de sua diplomação continue ainda com alguma
intensidade.
2. Treinamento e Educação na
Empresa
O treinamento vocacional dos
empregados tem sido tradicionalmente promovido pela companhia onde trabalham.
Recentemente, entretanto, a legislação de treinamento
vocacional deu origem ao estabelecimento de 447 centros e escolas de
treinamento profissional ( com uma capacidade total de 250.000 treinados) por
todo o país. Estas instituições foram criadas graças aos esforços combinados da
Agência locais de prefeituras, municípios e cidades. Espera-se um aumento maior
da disponibilidade total de treinamento vocacional público, não obstante o fato
de que na maioria das empresas todo o treinamento profissional é ministrado no
próprio local de trabalho.
De acordo com um estudo sobre treinamento vocacional do
Ministério do Trabalho de 1973, 80,4% de
todas as empresas promovem o treinamento de seus empregados no próprio local
onde trabalham. Conforme a classe dos empregados o treinamento é proporcionado
aos novos empregados regulares em 75,5% de todas as empresas, a empregados não
regulares em 52,7%, aos empregados de médio escalão em 64,9%, ao corpo
administrativo e diretor em 55,7% e aos chefes e supervisores em 50,6%. Estes
números reforçam a observação acima, isto é, os novos empregados (recém -
diplomados) constituem o principal objetivo de qualquer programa de treinamento
da companhia.
Se classificarmos as firmas que proporcionam treinamento
profissional interno de acordo com o seu porte, diferenças significativas vêm à
luz. Apenas 48,7% de todas As empresas Com 30 - 100 empregados oferecem
treinamento, enquanto que o número eleva-se a 75% no grupo das com 100 a 300
empregados, e salta para96,7% entre as firmas com 1.000 a 5.000 empregados.
Cada empresa no Japão com mais de 5.000 empregados oferece um programa de
treinamento vocacional. É assim óbvio que, embora a maioria das companhias
enfatize o treinamento no próprio local de trabalho, este fenômeno é mais
pronunciado em empresas de grande porte. O treinamento vocacional necessário
nas firmas de pequeno e médio porte depende em maior extensão dos centros
cooperativos estabelecidos com ou sem ajuda governamental.
Assim pode ser mostrado que as oportunidades de
treinamento vocacional são generalizadas e extensiva a quase todas as áreas da
indústria japonesa. Não obstante, quando o treinamento dentro da empresa é
apreciado em relação à administração geral da mão-de-obra, mais uma vez certos
aspectos caracteristicamente japoneses vêm à luz.
Em primeiro lugar, sabemos que o treinamento dentro da
empresa foi desenvolvido nas suas proporções atuais porque é muito necessário à
produtividade de cada firma e ao controle administrativo de cada firma e ao
controle administrativo. Assumiu a forma de treinamento interno porque este
demonstrou ser o mais eficaz dos treinamentos para as empresas. No Japão não há
tradição de contratos de treinamento ao contrário do que ocorre na Europa
Ocidental. As firmas contratam principalmente diplomados com treinamento
acadêmico mas sem habilidade vocacional. A companhia precisa realizar a tarefa
de adaptar o empregado às suas necessidades em suas próprias instalações. Isto
ocorre principalmente através do treinamento no trabalho . A esperada elevação
contínua da técnica do treinamento é refletido no sistema de antigüidade
empregado pelo padrão. (Entretanto, a rápida mudança na tecnologia que começou
na década de 1960 está tornando as técnicas, anteriormente aprendidas,
relativamente inúteis, e envolve certos problemas que surgem através de
discrepância no "status" do empregado e no treinamento real).
A características principal deste sistema é a de que
trabalhadores mais ou menos habilitados são contratados como empregados
regulares; recebem então constante treinamento no trabalho e depois de se
tornarem membros habilitados da "família" da companhia alcançam
eventualmente posições responsáveis e criativas na empresa. No processo de seu
treinamento, são influenciados diretamente pelo ambiente de negócios que os
cerca, incluindo seus contatos com colegas de trabalho e sua relação com seus
superiores, ficando assim imbuídos das tradições e do espírito da empresa.
Deste modo, o emprego vitalício e o treinamento no local de trabalho
complementam-se reciprocamente em todas as maiores empresas do Japão.
3. Promoções e Idade de
Aposentadoria Fixa
No decorrer de um emprego
vitalício, o "status" do
empregado na companhia é baseado no sistema da antigüidade. Este
determina não apenas seus salários, mas também a época de suas promoções.
Embora haja casos ocasionais de rebaixamento de cargos ou "status",
eles são bastante raros. Igualmente é raro encontrar um empregado trabalhando
subordinado a outro com menos antigüidade, em termos de tempo de serviços, se
ambos têm formação educacional similar.
Por "formação educacional" entende-se o
estabelecimento de ensino de mais alto nível que o empregado freqüentou antes
de ingressas na empresa. Diplomados por universidades e outros estabelecimento
de ensino superior quase sempre são admitidos automaticamente nas categorias
de empregados de escritórios e dentre
eles surge o núcleo do "staff" da empresa: este grupo é treinado para
funções futuras de direção e tratado com esta finalidade.
Os diplomados por
ginásios de primeiro e segundo graus, por outro lado, torna-se geralmente
trabalhadores uniformizados e são treinados inicialmente para funções na linha
de montagem etc. Suas promoções e transferências são efetuadas dentro do escopo
da especialidade que lhes foi designada.
Até cinco ou seis anos atrás, a mais alta função que um
empregado uniformizado poderia aspirar alcançar antes da aposentadoria era de
chefe de seção ou supervisor. Recentemente, todavia, tem havido um número
crescente de companhias que estão abrindo as portas dos cargos de direção aos
trabalhadores uniformizados. Esta nova tendência responde, em parte, à crítica
de que atenção indevida está sendo dada à formatação educacional, sendo
necessária, também, em parte pelo desejo de oferecer aos uniformizados
oportunidades mais atrativas para uma longa carreira. Tais oportunidades são,
no entanto, poucas e distantes na época atual e muitos ajustes terão de ser
feitos antes que a prática possa generalizar-se.
Voltando aos empregados de escritório, observa-se que
suas promoções são freqüentemente acompanhadas por transferências e, em certos
casos, até por tipos de trabalho inteiramente diferentes. Se a companhia tem
instalações espalhadas por uma ampla área, as transferências podem ser de uma
parte do Japão para outra. Tais mudanças de função e local são raras entre os
empregados uniformizados.
Por outro lado, como sistema de emprego vitalício cria um
"pool" de trabalho estável ou mercado de trabalho da companhia, um
alto grua de mobilidade é permitido à administração da empresa quando decide
relutar parte da força de trabalho transferido trabalhadores de uma oficina
para outra quando a necessidade surge. Dentro destes limites, o empregado
uniformizado pode ser transferido de uma função para outra. Em sua adaptação ao
novo trabalho é naturalmente ajudado pelo treinamento na companhia destinado a
auxiliá-lo a ajudar-se tão rápida e eficientemente quando possível. Esta
possibilidade de mobilidade do operário é baseada diretamente na existência de
um grupo estável e grande de empregados regulares.
Há, naturalmente, problemas.
As rápidas e recentes mudanças na tecnologia tornaram necessário fazer uso de
empregados mais velhos em funções de alta qualificação, os quais, devido à sua
idade, não podem adaptar-se rapidamente a novos tipos de trabalho, apesar de
treinamento especial. Nos últimos anos, um número cada vez maior de empregados
novos é diplomado por escolas superiores e universidades e um número crescente
está ingressando no mercado de trabalho como especialistas altamente treinados.
Os programadores de computadores são um bom exemplo deste tipo de empregado. Outros
desejam permanecer em uma só função como os especiais em vendas da companhia.
Como nos cargos de escritório há freqüentemente excesso de pessoal, outros
especialistas tendem também a ser recrutados entre os ocupantes desses cargos.
Outro fenômeno recente é o do indivíduo que não quer
necessariamente galgar a escada da promoção automática através do sistema da
antigüidade, alguns chegando ao extremo de recusar promoções a cargos de
chefia. Este tipo de profissional e especialista técnico é completamente novo,
apartando-se do tradicional sistema de emprego vitalício.
A maioria dos empregados atinge a idade da aposentadoria
através da promoção por antigüidade acompanhada por várias transferências de
função. Nesta altura, seu emprego normalmente termina. O fato, entretanto, não
significa que o indivíduo “se aposenta” no sentido usado no Ocidente, isto é,
cessa suas atividades no mundo dos negócios, preenchendo seu tempo com hobbies ou vivendo de pensão. No Japão significa
simplesmente que seus emprego numa certa companhia chegou ao fim.
Antigamente, quando a expectativa de vida era curta e a
importância paga ao empregado pela empresa ao ensejo da sua aposentadoria
suficiente para cobrir os gastos necessários, uma aposentadoria fixa na idade
de 55 anos era aceita como razoável por toda as partes. Mas desde o fim da
guerra, várias mudanças ocorreram: os cuidados com a saúde causaram uma
elevação do limite da idade de permanência na
atividade e a emergência da família nuclear (pais e filhos somente) alterou
drasticamente a estrutura familiar e fez aumentar a ansiedade dos cidadãos mais
velhos condenando-os a uma vida solitária. Estas mudanças, mais o fato de que a
pensão governamentalmente concedida aos idosos só teve início em 1960, criaram
pressões no sentido de elevar a idade de aposentadoria para 60 anos, uma
alteração que também ajudará a aliviar a atual escassez de mão-de-obra. Por
estes motivos, espera-se que o número atual de empresas que estabelecem
aposentadoria aos 60 anos, aumente substancialmente nos próximos cinco anos.
Problemas de Demissão e
Afastamentos Temporários
Não há restrição legal ao
direito do empregador de demitir seu empregado. Na realidade, entretanto, as
condições que prevalecem presentemente no Japão tornam tal demissão extremamente
difícil; o sistema de emprego vitalício resulta num alto grau de estabilidade
no emprego. Ao mesmo tempo, há várias decisões judiciais sustentando que o
empregador abusara do seu direito de despedir. Tais pressões estabilizadores
não se encontram na Europa ou nos Estados Unidos, onde a demissão do empregado
é questão relativamente comum e simples.
Como nenhuma empresa japonesa é capaz de demitir um
empregado sem uma séria e justificável razão, os encargos financeiros do patrão
são extremamente pesados em épocas de depressão ou durante uma queda dos
negócios. Mesmo nesses períodos, a demissão do empregado não é fácil, pois tais
problemas, naturalmente, não são considerados falta dos empregados. Uma
alternativa em situação sérias consiste na concessão de férias temporárias,
pagas porém na base de 60% do salário normal ou mais, conforme estipulado pela
Lei de Padrões Trabalhistas. Mas mesmo este suave alívio é geralmente evitado
ao máximo possível pelos patrões que receiam prejudicar suas estreitas relações
de confiança com os empregados. O ponto de vista tradicional atribui
importância à manutenção tanto da estabilidade do emprego como da confiança entre patrões e empregados
apesar das flutuações nos negócios.
Em tais circunstâncias, seria extremamente conveniente se
o Japão pudesse seguir o “layoff” de estilo
americano, isto é, a demissão temporária
acompanhada pelo re-emprego automático tão logo permitam as condições ajudando
o trabalhador no período em que não recebe salário. Os problemas seriam psicológicos:
mesmo que o empregado despedido por esse sistema soubesse que poderia voltar,
sofreria ansiedade a esta demonstração de dispensabilidade e ficaria preocupado
com a possibilidade de uma demissão permanente. Para os patrões, também, haverá
sempre o perigo de que os trabalhadores capazes encontram outro emprego nesse
ínterim, recusando-se a voltar quando necessário.
Não obstante, o estabelecimento de algum tipo de sistema
oficial é desejável. Tal sistema permitiria à empresa a suspensão da produção
no grau exigido, com algum tipo de pagamento garantido aos trabalhadores
despedidos durante o período de inatividade. Este pagamento poderia ser
denominado “auxílio pela redução de trabalho” ou “auxílio por hora reduzida”,
idêntico ao instituído na República Federal da Alemanha. Se tal sistema fosse
oficialmente estabelecido e acoplado a um auxílio pago pela companhia, os
ajustes de emprego temporário poderiam processar-se suavemente sem ônus
financeiros indevidos para a empresa ou ansiedades para patrões e empregados.
Esta necessidade origina-se principalmente das inflexibilidade do sistema de
emprego vitalício acima observado.
Tendências no Emprego
Vitalício e Mobilidade de Mão-de-Obra
Foi somente após a Segunda
Guerra Mundial que o sistema de emprego vitalício, juntamente com o sistema da
antigüidade e do sindicato por empresa, tornou-se o sistema completo encontrado
atualmente. Suas raízes, todavia, podem datar de um século ou mais.
O sistema de aprendizado feudal, por exemplo, exigia que
o jovem se empregasse numa casa comercial ou em outro negócio muito cedo.
Ali passava longos e fatigantes anos
servindo seu patrão e aprendendo o ofício. Tendo completado seu aprendizado e
atingido o topo da escala de promoção, ele podia então esperar receber a boa
vontade e o apoio do patrão no estabelecimento de seu próprio negócio. Este
hálito de longos anos de serviços fiel pode ser considerado o precursor do
sistema de emprego vitalício atual.
Outro fato que contribui para este singular sistema de
emprego é o de que em toda a sua história, o Japão, tradicionalmente, sempre
dispôs de mão-de-obra abundante e mesmo excessiva, retirada do grande
percentual da população que trabalha no setor agrícola. Devido a isto, muitos
sentem que quando defrontado com a escassez
de mão-de-obra tal como a que surgiu nos anos recentes, todo o sistema de
emprego vitalício possa ruir sob pressões provocadas pela crescente mobilidade
de trabalho.
Mas não se pode negar que o sistema de emprego vitalício
tem sido apoiado pelos patrões em virtude da vantagem que oferece de manter
importantes trabalhadores a serviço da empresa durante um longo período de
tempo. A mudança no equilíbrio da oferta e procura de mão-de-obra não significa
necessariamente o colapso deste sistema.
Esta transferência do excesso para a escassez começou na
década de 1960. Os empregados, naquela ocasião, eram recrutados,
principalmente, entre diplomados por ginásios do primeiro grau. Mas devido em
parte ao declínio agudo na taxa de natalidade a partir de 1950, o aumento do
número dos que integram este grupo (aproximadamente 15 anos de idade após 9
anos de educação compulsória) não pôde acompanhar a demanda crescente. Assim,
pela primeira vez desde a Era Meiji (1868 - 1912), as
indústrias japonesas não puderam garantir um ingresso anual suficiente de
jovens trabalhadores oriundos das áreas agrícolas.
Desde então, todos os anos, a oferta de novos empregados
tem sido menor do que a procura. Números recentes mostram quase cinco empregos
disponíveis para cada empregado na mencionada faixa etária.
Ao mesmo tempo, há um excesso
de mão-de-obra no grupo de idade superior a 50 anos, criando um desequilíbrio
irônico que a nova política trabalhista
do governo tentará resolver.
Nas atuais condições, o número dos empregados jovens que
mudam de emprego está aumentando. Os dados do Ministério do Trabalho indicam
que 12 a 13% de todos os novos empregados deixam o emprego dentro do primeiro ano de serviço e dentro dos três
primeiros anos este número salta para aproximadamente 50%.
Esta tendência leva ao temor de que o sistema de emprego
vitalício está fadado a uma mudança radical. Não obstante, o sistema está
enraizado em características tão fundamentalmente japonesas que é difícil
prever com qualquer grau de precisão o que o futuro trará. Parece, todavia, que
a crescente mobilidade de trabalho e o número cada vez maior de especialistas
independentes podem levar o sistema de emprego vitalício a adaptar-se a esta
alteração, embora esta não modifique necessariamente a natureza singularmente
japonesa desta relação de trabalho.
Como atitude dos empregados neste sistema é a de
considerar-se parte de uma “família” de negócios e de reputar o seu papel na
companhia um elemento importante na pirâmide social, o sentimento de participação
num grupo provavelmente não se deverá perder facilmente.* Na verdade, as
mudanças de emprego, não importa quão freqüentes ou comuns, provavelmente serão
consideradas transferências de um grupo para outro e não uma expressão do
individualismo do empregado como ocorre nas nações ocidentais. A maioria dos
especialistas concorda que enquanto o empregado japonês considerar sua empresa
como uma fonte importante de paz e
segurança, por estar nela, pertencer a um grupo e nele trabalhar como seu membro, o sistema de emprego vitalício não
sofrerá quaisquer modificações sérias, pelos menos em futuro próximo,
independentemente da crescente mobilidade de trabalho existente no mercado
nacional de mão-de-obra.
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